domingo, 7 de novembro de 2010

127 - JESUS REINARÁ POR MIL ANOS NESTE MUNDO?



“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.

E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem.

E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.

Satanás é solto, e depois vencido para sempre.

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.

E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.

E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”


Nesta postagem iremos analizar o significado do texto bíblico de Apocalipse capítulo 20 versículo 1 ao 10 citado acima , que é um dos textos mais difíceis da Escritura.

A dificuldade, contudo, não reside no texto em si, mas sim na “sobrecarga” de doutrinas e questões que este texto é forçado (contra sua intenção e sentido originais) a responder.

Antes de verificarmos o texto é necessário entender certos princípios de interpretação do livro de Apocalipse.


O LIVRO É SIMBÓLICO


É um aspecto evidente, mas que é constantemente esquecido no estudo do livro.

Por exemplo, as descrições de Jesus em Apocalipse 1.12-20:


“E virei-me para ver quem falava comigo.

E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.

E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.

E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.

E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer; o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro.

As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.”


Em Apocalipse 5.5- 6:


“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.

E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.”



E em Apocalipse 19.11-16:


“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.

E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.

E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.

E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.

E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.

E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.”



São completamente diferentes.


Se o livro fosse literal, haveria contradição.

De fato, se o livro fosse literal, a descrição de Jesus seria a de uma monstruosidade.

Quando analizamos Apocalipse 20, devemos lembrar que o quadro é altamente simbólico.

O alvo do simbolismo do livro é impressionar: dar ânimo aos cristãos através de imagens que ultrapassam a razão, mas que dão razão à fé que eles sustentam em face da perseguição.

A mensagem do apocalipse, se escrita em prosa ou em linguagem comum não conseguiria impressionar tão bem os leitores quanto o uso de símbolos e de imagens.


O LIVRO É DE CONSOLO AOS PERSEGUIDOS


Os livros apocalípticos são escritos geralmente em épocas de opressão e de perseguição.

O propósito desta literatura é o de mostrar a vitória dos oprimidos pelo poder de Deus.

Desta forma, as pessoas que melhor entenderiam o livro de Apocalipse são os cristãos antigos.

Os símbolos e as coisas descritas no livro eram conhecidas por eles.

É por esta razão que não devemos imaginar que João escreveu somente sobre o que aconteceria em um futuro distante (Século Vinte e Um?!).

Ele escreveu sobre “as coisas que em breve devem acontecer” (Apocalipse 1.1; 22.6).


A maior parte do livro já se cumpriu.

O “milênio”, que vamos analizar, já começou.

Só faltam poucas coisas para o cumprimento final de tudo.


O LIVRO TEM UM CONTEXTO HISTÓRICO


A besta é o Império Romano e o seu imperador, especialmente DOMICIANO.

Os cristãos estão sendo perseguidos por não adorar o imperador.

O livro de Apocalipse mostra que Deus vai julgar estes inimigos do povo de Deus.

A meretriz, descrita no capítulo 17, é Roma, a cidade que governa o mundo daquele tempo.

Não podemos esquecer que os leitores originais do livro no primeiro século poderiam compreender a mensagem do livro.

A besta era um personagem do seu tempo.


CONTEXTO


Nos capítulos 12 e 13 são apresentados os três inimigos do Povo de Deus: o dragão, a besta e o falso profeta.

O dragão é o diabo.

A besta (que vem do mar) é o Império Romano liderado por seus imperadores

O falso profeta (foi chamado a besta que vem da terra) era a religião romana que ordenava a todos que adorassem a imagem dos imperadores romanos.

Nos capítulos 14 a 19, especialmente no 19, observa-se a derrota dos dois últimos inimigos: a besta e o falso profeta, que após sua derrota, foram lançados vivos no lago que arde com fogo e enxofre (19.20).

Ou seja, a primeira vitória dos cristãos será ver, já na história, o julgamento divino contra o Império e a religião falsa de culto ao imperador.

No capítulo 20 observa-se a vitória contra o dragão, o Diabo, em duas etapas: a primeira por seu aprisionamento por 1000 anos na mesma época em que a besta e o falso profeta foram derrotados; a segunda etapa, após os 1000 anos, é a sua derrota total e ele também é lançado no lago de fogo e enxofre (20.10).

Ou seja, os cristãos vencem não apenas no âmbito da história, mas também na dimensão espiritual da existência humana: na luta contra os principados e potestades (Ef 6.10-12) eles vencem o diabo, pelo poder de Jesus.

Na parte final do livro descreve-se o destino celestial dos santos (Ap 21-22).

Assim sendo, Apocalipse 20 deve ser entendido como a descrição simbólica do que aconteceu e acontecerá entre a queda da Besta (IMPÉRIO ROMANO) e a destruição do diabo (SEGUNDA VINDA DE JESUS).

Portanto, o que ocorre no chamado “milênio” é algo que ocorre dentro da nossa “Era Cristã” e não uma etapa posterior desta história.


A PRISÃO DO DIABO POR UM LONGO TEMPO (Apocalipse 20.1-3)


O texto é simbólico e trata da limitação do último inimigo do povo de Deus.

Corrente nenhuma pode prender um demônio – a linguagem é simbólica.

O diabo já estava sendo limitado pela obra de Cristo.


“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.

Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?” (Mateus12.28-29)



“Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem;

Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.” (Lucas 11.21-22.)




Esta parábola fala do fato de Jesus ser mais poderoso que o diabo e, pela expulsão dos demônios, estar vencendo o diabo.

A pregação do evangelho tem este efeito de derrota no reino de satanás.


“E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.” (Lucas 10.18).


Portanto, podemos dizer que o diabo está com o seu poder de enganar as nações limitado por um tempo longo e indeterminado.

Os 1000 anos são simbólicos ou tudo terá de ser igualmente literal (o que seria ridículo!).

O diabo ainda tem algum poder, mas atualmente, está limitado.

Após o longo tempo da era cristã (1000 anos – simbolicamente), o diabo terá o poder que tinha antes e por pouco tempo terá o propósito de oprimir o povo de Deus.


A VITÓRIA DOS FIÉIS A DEUS (Apocalipse 20 4-6)


Os fiéis que morreram são vistos em tronos de juízes.

Eles que foram mortos pelos imperadores e pelos poderosos, agora são os juizes da besta, do falso profeta e do diabo.


“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?

Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (1Coríntios 6.2-3).



Talvez também esteja sendo feita a menção do juízo final de Deus que será apresentado depois: assim os fiéis também julgarão os incrédulos naquela ocasião.


“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.

E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida.

E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.

E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.

E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”
(Apocalipse 20.11-15).



Os fiéis a Deus estão vitoriosos. As características deles são:

1ª - São almas (como em Apocalipse 6.9: ” E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”) – são mortos.

Portanto, a “primeira ressurreição” é algo apenas para as almas e não para ressurretos.

2ª - Tinham sido decapitados. Só os mártires, os fiéis e vencedores do livro de Apocalipse.

3ª - Não tinham adorado a besta – nem sua imagem.

4ª - Não tinham recebido a marca da besta – certificado de adoração ao Imperador.

5ª -
Tinham vivido e reinado com Cristo por 1000 anos (esta é a primeira ressurreição).

Todos os verbos no versículo 4 estão no mesmo tempo grego, ou seja, o aoristo.

Os outros mortos que não são cristãos não participaram desta vitória, que é chamada de “a primeira ressurreição”. (Apocalipse 20.5)

O versículo 6 explica a primeira ressurreição:

Aqueles que dela participam são bem-aventurados e são santos.

Aqueles que dela participam não serão condenados na segunda morte.


“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.(Apocalipse 20.15).


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte”.(Apocalipse 2.11).


Aqueles que dela participam são sacerdotes e estão reinando (Na verdade, o povo de Deus já reina com Cristo na terra).


“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra.

Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.”(Apocalipse 1.5-6)



“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.(Apocalipse 3.21)



“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.(Apocalipse 5.9-10).


Portanto, a primeira ressurreição é o privilégio dos mártires de estar imediatamente com Cristo após sua morte.

Eles não foram derrotados pelos perseguidores, mas são colocados em tronos, e reinam com Deus e com Cristo por todo o tempo em que o diabo fica preso e derrotado.

A primeira ressurreição é espiritual [simbólica], ou seja, as almas “não ressurretas” dos mártires reinando com Jesus.

A segunda ressurreição, que não é mencionada no Apocalipse, seria a ressurreição física [literal] de todos os homens.


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (Jo 5.28-29).



A segunda morte é espiritual [simbólica], ou seja, é o inferno eterno.

A primeira morte, que não é mencionada no Apocalipse seria a morte física [literal] pela qual passam os cristãos perseguidos e todos os homens ao deixarem esta vida.

Assim, o Apocalipse só menciona os elementos simbólicos [espirituais] e nunca os literais [físicos]:

[1ª morte] = literal não mencionada

2ª morte = simbólica mencionada

1ª ressurreição = simbólica mencionada

[2ª ressurreição] = literal não mencionada


O Apocalipse, como livro simbólico, fala de elementos simbólicos que representam a derrota dos inimigos de Deus (segunda morte) e que representam a vitória do povo de Deus, aparentemente derrotado pelo martírio (a primeira ressurreição).

Assim, quando os inimigos tentaram matar os discípulos de Jesus, somente os fizeram “ressuscitar com Cristo”, como reis, na primeira ressurreição.

Depois e terem sofrido um pouco, reinarão para sempre!

Esta é a mensagem por trás do “milênio”.

Os discípulos de Jesus são “mais que vencedores”, pois mesmo mortos, vivem e reinam!

Na igreja da época pós-apostólica, havia uma forte crença que os mártires, os que morriam pela fé, obtinham um privilégio de maior intimidade com Deus e com Cristo no além.

Por causa disto, houve muitos literalmente correndo para o martírio, desejando este privilégio.

De onde eles tiraram esta idéia de que os mártires têm algum privilégio no além?

Provavelmente de Apocalipse 20.4-6:


“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.”


Não queremos dizer que sua interpretação e aplicação da mensagem estava certa, pois ninguém deve buscar o martírio, mas estamos citando isto para mostrar que numa época muito próxima à redação deste livro, os cristãos entenderam esta promessa como algo que dizia respeito apenas aos mártires.

Note que as almas dos mortos por causa de Cristo estão em tronos celestiais, e não na terra (4).

Nada aqui se passa na terra. Não se menciona um reino na terra.

Não se fala de intervenção nos poderes políticos deste mundo.

O “milênio” é a vitória espiritual dos mártires, de âmbito espiritual, e que não tem nenhuma referência terrestre, a não ser o fato de ser posterior à queda do império romano.

Contudo, mesmo isto não pode ser tomado cronologicamente.

Em suma, a visão mostra que, apesar de mortos, o povo de Deus está vivo e vitorioso com Cristo.

NOTA: Uma outra interpretação entende que a primeira ressurreição é o BATISMO, que nos dá a vida eterna e nos livra da segunda morte.

O batismo ou a conversão é a primeira ressurreição mencionada em João 5.24-25:


“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.

Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.”


A ressurreição física dos mortos, a segunda ressurreição, é mencionada em João 5.28-29:


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.”


Assim, existe um paralelo entre Apocalipse 20.6 6: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” e João 5.24-25.



Embora esta interpretação seja interessante, não faz sentido como declaração de derrota dos perseguidores da igreja.



A DESTRUIÇÃO FINAL DO DIABO (Apocalipse 7-10)


Este texto expressa em linguagem simbólica o contínuo desejo de satã de destruir a igreja.

Revela mais seu caráter maligno e incorrigível, que justifica sua punição, do que um evento ou sinal dos tempos.

No fim, ele vai tentar novamente destruir o povo de Deus, mas não vai conseguir.

Não passará de uma tentativa. Não adianta tentar fazer disto um sinal dos tempos, pois Jesus já disse que não há mais sinais.

Tudo está pronto para a volta de Jesus.

O diabo será completamente vencido, e assim, reunido no inferno eterno com os outros dois grandes inimigos do povo de Deus: a besta e o falso profeta.


Concluindo, o texto deve ser interpretado à luz do ensino claro do Novo Testamento de que há somente uma ressurreição.


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (João 5.28-29)




“E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno”.(Hebreus 6.2)


“Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.

Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (1Tessalonicenses 4.13-18)



Até mesmo Daniel 12.2:


“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.


O texto tem paralelos com Daniel 7, que fala do estabelecimento do Reino coma derrota do quarto animal (que representa o Império Romano).


Portanto, a vitória dos mártires com Cristo (milênio) começou na época do Império Romano.

O texto tem paralelos com Apocalipse 11, onde as testemunhas “ressuscitam”da perseguição e são elevados ao céu.

É o modo simbólico de mostrar que apesar da perseguição e “quase morte”, a igreja vai ressurgir e vencer a sua perseguidora, que é Roma (Apocalipse 11.3-14, especialmente 11-12).

Estamos na época cristã: os inimigos foram vencidos e os mártires estão reinando com Cristo.

O milênio simbólico do Apocalipse é a garantia que os cristãos nunca perdem:

Se estão vivos, reinam com Cristo, se estão mortos, reinam também!



Que Deus abençoe a todos



Autor: Álvaro César Pestana



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domingo, 31 de outubro de 2010

126 - O OUE JESUS ANUNCIOU NO SERMÃO PROFÉTICO?


“E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!

E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.

E, assentando-se ele no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir.

E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer: Olhai que ninguém vos engane;porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim.

Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações.

Estas coisas são os princípios das dores.

Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho.

Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações.

Quando, pois, vos conduzirem e vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.

E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer.

E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo.

Ora, quando vós virdes à abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes.

E o que estiver sobre o telhado não desça para casa, nem entre a tomar coisa alguma de sua casa; e o que estiver no campo não volte atrás, para tomar as suas vestes.

Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias!
Orai, pois, para que a vossa fuga não suceda no inverno.

Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.

E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.

E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis.

Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos.

Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo.

Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.

E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.

E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.

E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu.

Aprendei, pois, a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão.
Assim também vós, quando virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas.

Na verdade vos digo que não passará esta geração, sem que todas estas coisas aconteçam.

Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.

Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.

É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse.

Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.
E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.” (Marcos 13.1-37)



O chamado “sermão profético” de Jesus é um dos textos mais fascinantes e também mais distorcidos de todo o ensino de Jesus.

Muitos citam estas palavras de Jesus para explicar fenômenos atuais, como se as profecias ali descritas estivessem se cumprindo hoje, diante de nossos olhos.

A referência às guerras, fomes e terremotos parecem estar prevendo o noticiário e os jornais, e tornam-se anúncios e sinais do fim do mundo.

Será que é isto que este texto está ensinando?

Certamente não!


O TEXTO É SIMBÓLICO


Como estas coisas já se cumpriram, fique pronto.

Este capítulo é chamado de “O Pequeno Apocalipse” de Jesus no Evangelho de Marcos.

A linguagem é simbólica e deve ser interpretada com cuidado. (Exemplo: Uma estrela não pode “cair do céu” - 13.25).


O TEXTO É PROFÉTICO


É uma verdadeira predição de Jesus, que advertia seus próprios discípulos e a todos os seus seguidores.

Portanto, o texto tem lições para eles e para nós.

Não devemos esquecer, contudo, que o discurso profético, em sua maior parte, visava transmitir a verdade de Deus para as pessoas daquela geração e não apenas revelar o futuro longínquo.

Profecia, acima de tudo, é ensino.


“Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.”

“Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.” (1Coríntios 14.3, 31).



Os discípulos de Jesus que ouviram este discurso sabiam que ele se aplicava em primeiro lugar a eles e não ao século XXI.


O TEXTO ENTRELAÇA DOIS ASSUNTOS


A destruição de Jerusalém ( “os que estiverem na Judéia fujam para os montes” - 13.14) e o fim do mundo (“anjos... reunirá os escolhidos” - 13.27) são tratados em conjunto.

A destruição de Jerusalém é uma miniatura da tremenda destruição final.

Portanto, a primeira ilustra a segunda.

Este fenômeno de entrelaçar assuntos é chamado pelos estudiosos de “perspectiva profética”, e ocorre em várias ocasiões quando a profecia sobre dois eventos cronologicamente separados apresenta-os como se fossem um só, do ponto de vista do profeta.


A CONVERSA SOBRE O TEMPLO


O templo tinha um aspecto glorioso e majestoso.

Feito de mármore branco, coberto de placas de ouro e adornado por todo tipo de entalhos e colunas.

Algumas pedras chegavam a medir dimensões colossais.

Os historiadores chegaram a dizer que, quando o templo foi tomado e saqueado, havia tanto ouro disponível no mercado, que o preço do ouro caiu muito na província romana da Síria!


A PROFECIA SOBRE O TEMPLO


Jesus predisse a destruição da cidade e do templo.

Era uma profecia surpreendente.

Foi esta profecia que iniciou toda a questão tratada no discurso.

Para os discípulos, a destruição do templo seria equivalente ao fim do mundo.

Embora isto não fosse necessariamente verdadeiro, não poderia ser excluído de todo.

Jesus não sabia qual seria a data do fim dos tempos, logo ele não poderia dizer:

“Oh! A Destruição de Jerusalém é uma coisa, mas o fim dos tempos é outra!”.


Se ele falasse assim estaria “sabendo” a data do fim.

Por causa disto e também por causa da chamada “perspectiva profética” Jesus tratou os dois eventos em um só discurso.

Contudo, ele diferenciou os dois eventos no transcorrer de seu ensino.


A PERGUNTA DOS DISCÍPULOS (3-4)


O grupo mais íntimo perguntou. Eles pensavam em duas questões: Quando?
Que sinal?

A pergunta começa com a curiosidade sobre o futuro do templo judaico.


A RESPOSTA DE JESUS (5-37)


Não sejam enganados (5-8)

Tempos difíceis geram charlatões (5-6).

Vários falsos messias foram anunciados depois de Cristo e antes da destruição da cidade.

João Giscala, Eliezer e Simão Bar Gorgia, homens da Galiléia, Iduméia e Jerusalém, respectivamente, disseram ser “o messias”.


“Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.

Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.”

“Não és tu porventura aquele egípcio que antes destes dias fez uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores?” (Atos 5.36-37 e 21.38).



Tempos difíceis geram falsos sinais (7-8).

Houve constante tensão na Palestina.

Antes da revolta dos judeus, havia rumores de guerras contra os PARTOS.

Após a morte de Nero houve guerra civil pelo controle do Império Romano e tomadas de poder por generais (Galba, Oto, Vitélio).

Em 67 um terremoto destruiu Laodicéia.

Também o vulcão Vesúvio acabou com Pompéia em anos posteriores.

Fomes não eram incomuns neste período.

“E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.” (Atos 11.28).
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“Estas coisas são o princípio das dores”, mas não o cumprimento específico da profecia.

Mostram o caminho para o qual as coisas caminham, mas ainda não são as próprias coisas profetizadas.

As dores de Jerusalém só estão sendo anunciadas, mas nenhum sinal conclusivo e dado.


ESTEJAM PRONTOS PARA A PERSEGUIÇÃO (9-13)


O texto fala de oposição religiosa (9), governamental (9), familiar (12) e geral (13).

Mas neste momento, eles deveriam TESTEMUNHAR e PREGAR o evangelho em toda parte.

O evangelho foi levado a todas as nações.


“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28.18-20)



Antes da destruição de Jerusalém.


“Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.” (Colossenses 1.23).


O jeito é ficar firme até o fim.


A DESTRUIÇÃO DA CIDADE DE JERUSALEM (14-23)


O sinal: a abominação desoladora (14).

O cumprimento de Daniel 9.27 que previa o fim de Jerusalém pela invasão de um exército.


“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador."



A expressão foi usada em Daniel 11.31 e 12.11:


“E braços serão colocados sobre ele, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o sacrifício contínuo, estabelecendo abominação desoladora.”

“E desde o tempo em que o sacrifício contínuo for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias.”



Com respeito à obra de devastação de Antioco Epifânio, rei grego da Síria que perseguiu a religião dos judeus.

O sinal que Jesus dá é o da aproximação do exército romano, e ele deve estar usando a expressão conforme o uso em Daniel 9.27 que falava do fim da cidade de Jerusalém após “setenta semanas de anos” ou seja, cerca de 500 anos, após a sua reconstrução.

Quando o exército romano fosse visto, então o fim chegaria; Jerusalém iria cair.


A CONDUTA RECOMENDADA FUGIR DA CIDADE (14-18).


Os historiadores cristãos dizem que nenhum cristão morreu com a destruição de Jerusalém.

Eles saíram da cidade em obediência a esta profecia de Jesus.

Os problemas e mandamentos aqui mencionados – fugir para os montes, não entrar em casa, grávidas, inverno – não fazem sentido se aplicados ao fim dos tempos, mas aplicam-se à queda de Jerusalém.


A ADVERTÊNCIA RETOMADA (19-23).


O que não faltou em Jerusalém foi sofrimento e “messias”.

As mães cozinhavam crianças de peito para comer.

Havia pelo menos três chefes militares dizendo ser o “único messias”.

Tudo isto se cumpriu no cerco de Jerusalém.

Morreram 66.000 e outros 89.000 foram feridos.

Josefo diz que morreram 1.100.000 e 97.000 foram presos.

Certamente há certo exagero em Josefo, o historiador judeu, mas a mortandade, de fato, foi imensa.


O FIM DOS TEMPOS (24-27)


O TEMPO (24).


A expressão inicial destes versos deixa a entender que o fim do mundo devia ocorrer logo após a queda de Jerusalém.

Mas é bom lembrar que o tempo na profecia apocalíptica é muito fluído e simbólico.

Também é importante lembrar que poderia ter ocorrido assim!

Desde a queda de Jerusalém, todas as profecias estão cumpridas: não haveria mais necessidade de nada para que a vinda de Cristo se consumasse.

Desta forma, Jesus falar de sua vinda como ocorrendo depois da destruição de Jerusalém não seria nada impossível.


O SIMBOLISMO (24-25).


É típico dos escritos proféticos quando mencionam a intervenção de Deus na história (veja as referências no pé da página da Bíblia).


AVOLTA DE JESUS (26-27).


A descrição destes versículos adaptam-se com a idéia da segunda vinda.


“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.” (Apocalipse 1.7).


O TEMPO DESTAS PROFECIAS (28-37)


A destruição de Jerusalém é dentro desta geração (28-31).

De fato, dentro de 40 anos a profecia foi cumprida.

Jesus faz uma ressalva sobre “aquele dia”.

A referência é mais facilmente entendível se aplicada à volta de Cristo.


A SEGUNDA VINDA É IMPREVISÍVEL (32).


O mundo deve estar preparado e vigiar (33-36).

A vinda de Jesus é certa.

É uma profecia segura, pois já se cumpriu parcialmente em Jerusalém e seu cumprimento completo no mundo pode ocorrer a qualquer momento.

Jesus já provou que é um profeta que “acerta” suas previsões.

Ele previu que Jerusalém cairia, e aconteceu; ele previu o fim dos tempos, e certamente acontecerá!



Que Deus abençoe a todos



Autor: Álvaro César Pestana



*VISITE TAMBÉM: ASSEM-BERÉIA DE DEUS - http://kedsonni.blogspot.com/ VALE A PENA. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
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| 29/11/2008 |