domingo, 10 de outubro de 2010

123 - ANIQUILAMENTO, REENCARNAÇÃO, PURGAÇÃO OU RESSURREIÇÃO ? (3ª parte)



A DOUTRINA DO PURGATÓRIO


A base “bíblica” para a doutrina do purgatório é muito fraca.

O texto fundamental encontra-se no livro apócrifo (Livro da Septuaginta e da Vulgata, não aceito como escrito genuíno do Velho Testamento pelos judeus e pelos protestantes.) chamado segundo Macabeus capítulo 12 do versículo 39 ao 46:

“No dia seguinte, Judas e seus companheiros foram tirar os corpos dos mortos, como era necessário, para depô-los na sepultura ao lado de seus pais.

Ora, sob a túnica de cada um encontraram objetos consagrados aos ídolos de Jânia, proibidos aos judeus pela lei: todos, pois, reconheceram que fora esta a causa de sua morte.

Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as coisas ocultas, e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido.

O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados.

Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.

Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.”



Mesmo neste texto, não se cita o nome “Purgatório”, mas apenas descreve a tentativa de “purificar os mortos de seus pecados”.


Purgatório seria mais uma condição do que um lugar.


Vários textos são apresentados como tentativas de justificar a doutrina do purgatório:


“Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.

Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.” (Mateus 5.25-26)


“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.

E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.

Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.

Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (1Coríntios 3.10-15)


“Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens.

E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12.31-32)


“E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.” (Lucas 12.47,48)


REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DO PURGATÓRIO


Não é possível mudar de condição, uma vez no mundo dos mortos (Lucas 16.19-31).

“Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.

Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.

E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.

E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.

E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.”


O sangue de Jesus é que purifica o pecado e não o sofrimento humano:

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.

Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.

Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” (1João 1.5-7)


“Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados”.

“E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.” (Hebreus 10.14, 17)


“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6)

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1Timóteo2. 5)


“Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”.

“Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.”

“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.”

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito.” (1Pedro 1.19; 2.21,24; 3.18.)



Se os sofrimentos após a morte purificam pecados, então Cristo não é o único nome pelo qual importa que sejamos salvos.


“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12).


Macabeus
é apócrifo (Esta obra, além de não apresentar provas internas e externas de ser inspirada por Deus, nunca fez parte da Bíblia Hebraica que Jesus aprovou e usou).

Não pode ser usado para estabelecer uma doutrina controvertida uma vez que ele mesmo não está livre de controvérsia.

O pecado pelo qual o texto de 2Macabeus ali manda orar e sacrificar para obter perdão é, segundo esta doutrina, o “pecado mortal” da idolatria do qual não se pode livrar por pena de purgatório.

Nenhum dos textos citados como justificativa fala de purgatório:

Mateus 5.25-26 é parábola sobre fazer o que é certo antes do juízo.

1Coríntios 3.10-15 fala da obra evangelística que se perde e não de um obreiro que porventura venha a se perder

Mateus 12.31-32 não supõe que haveriam pecados perdoados no porvir.

O provérbio de Lucas 12.47,48 fala de responsabilidade dos que conhecem e não de salvação para os ignorantes.

Sobre os ignorantes vejamos o que diz 2Tessalonicenses 1.8-9.

“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder.”



CONTINUA...


Que Deus abençoe a todos



Autor: Álvaro César Pestana



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domingo, 3 de outubro de 2010

122 - ANIQUILAMENTO, REENCARNAÇÃO, PURGAÇÃO OU RESSURREIÇÃO ? (2ª parte)



A DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO


“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.


A doutrina da reencarnação usa a passagem do evangelho de João capítulo 3 versículo 3 citada acima na tentativa de afirmar que o “novo nascimento” é um nascimento do ventre materno, ou seja, nascer segunda vez, nascer da carne novamente.

O caso de Elias e João Batista é invocado para dizer que o último era a reencarnação do primeiro.

O termo ressurreição é mal interpretado e utilizado para significar reencarnação, como se fossem termos sinônimos.

A doutrina do “karma”, ou seja, da retribuição dos feitos de uma vida em outra é defendida com base em João 9.1-3:

“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.”


Na verdade, com estes e alguns outros poucos textos, não há base para falar do assunto biblicamente.


REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO


Refutação do caso de João 3.3.


O contexto mostra que o novo nascimento é o batismo.

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3.5).

Que nascer da carne não muda nada.

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (João 3.6-7).


E que um segundo nascimento não era cogitado nem por Nicodemos.

“Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3.4).



Refutação do caso de Elias - João Batista:


“Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.” (Mateus 11.13,14)

“E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram.

Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.”
(Mateus 17.10-13)


“E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?

E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.

Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito. (Marcos 9.11-13)



“Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.

E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.

E converterá muitos dos filhos de Israel ao SENHOR seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” (Lucas 1.13-17)



Assim como Eliseu não era a reencarnação de Elias.


“Sucedeu que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti.

E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.

E disse: Coisa difícil pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará, porém, se não, não se fará.

E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.

O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros!

E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.

Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se, parou à margem do Jordão.

E tomou a capa de Elias, que dele caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR Deus de Elias?

Quando feriu as águas elas se dividiram de um ao outro lado; e Eliseu passou.

Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam de fronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu.

E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra.” (2Reis 2.9-18)



Assim nem João.


“E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?

E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.

E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias?

E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não. (João1. 19-21).



De fato Elias não “desencarnou”.

João Batista é descrito como um profeta no estilo e no tipo do profeta Elias: a linguagem bíblica fala “no Espírito e no Poder de Elias” para dizer isto.

Por outro lado, em termos individuais, João Batista era um indivíduo singular.

Negou ser o próprio Elias, mas aceitou ser o “novo Elias” profetizado no Velho Testamento.

Elias não poderia reencarnar, pois pela bíblia, não morreu, mas foi trasladado e quando apareceu no monte da transfiguração de Jesus, mantinha seu nome de Elias

E não o nome da “última reencarnação” - Pedro, Tiago e João conheciam pessoalmente João Batista, mas chamaram de Elias ao companheiro de Moisés que falava com Jesus.

Ressurreição e reencarnação são termos diferentes.

Ressurreição é anastasis e dois termos usados pelos pagãos para falar do que chamaríamos de reencarnação são metempsychosis e palingenesia.

O primeiro significa “transmigração das almas” e o outro “renascimento”.

O primeiro não aparece no Novo Testamento.

O segundo é usado com respeito ao batismo cristão: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”. (Tito 3.5)

E para falar da renovação escatológica de todas as coisas por Jesus: “E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”. (Mateus 19.28).


Refutação do caso de João 9.1-3.


Em primeiro lugar, a Bíblia nega a doutrina de nascer com pecado:

“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram?

Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nunca mais direis esta parábola em Israel.” (Ezequiel 18.1-3)


“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.

E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.” (João 9.1-3)


“E traziam-lhe meninos para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos que lhos traziam.

Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.

Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.

E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou. (Marcos 10.13-16)


Em segundo lugar, a idéia de nascer com pecado, no judaísmo, desenvolveu-se do pensamento que no útero materno as crianças já podiam pecar (Como o caso de Jacó e Esaú lutando no ventre materno:

“E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao SENHOR.

E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

E cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre.

E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pêlo; por isso chamaram o seu nome Esaú.

E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó.

E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou. (Gênesis 25.22-26).
)

Isto não era devido às supostas vidas anteriores, pois o judaísmo tradicional não acatava esta doutrina.

De fato a Escritura afirma que temos uma só vida.

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2Coríntios5.10).

O que fazemos por meio do “corpo” é a base da avaliação no Dia do Juízo.

Também a Escritura afirma que teremos uma só morte.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,” (Hebreus 9.27)

O termo grego hapax traduzido “uma vez” ou “uma vez por todas”, mostra que não há espaço na revelação divina para a idéia de uma segunda ou mais vidas.

Para todos os homens, a escritura afirma que haverá uma só Ressurreição.

“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (João 5.28-29).



O dia da ressurreição é único e envolve a todos no mesmo momento.

Quando alguns tentam usar a palavra ressurreição para falar de reencarnação, tropeçam no fato que a ressurreição bíblica é um evento final, único e simultâneo para todos os homens, sem distinção.

A ressurreição anuncia dois destinos eternos: condenação ou vida.



CONTINUA...


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Autor: Álvaro César Pestana



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domingo, 26 de setembro de 2010

121 - ANIQUILAMENTO, REENCARNAÇÃO, PURGAÇÃO OU RESSURREIÇÃO ? (1ª parte)


A palavra de Deus nos diz na epístola aos Hebreus capítulo 9 do versículo 27 ao 28 que “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.

Quando se fala dos mortos e de seu estado, há uma série de teorias e doutrinas que tem ampla divulgação humana e nenhuma base na revelação divina.

Exporemos aqui resumidamente estes ensinos e mostraremos o que a Bíblia realmente diz sobre estes assuntos.


A DOUTRINA DO ANIQUILAMENTO


Esta doutrina afirma :

1º - Morte como estado de “inconsciência inativa”, ou seja, os mortos estariam sem consciência, sem existência própria.

Analizemos alguns versiculos utilizados como justificativa desta afirmação:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.(Gênesis 3.19)

“Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede à mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó”


“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento”.

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Eclesiastes 3.19,20; 9.5,10)


“Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?”

“Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos”. (Salmos 6.5; 146.4)


2º - Morte como dormir, sendo que para os que acreditam, dormir significa um vácuo de existência, um nada.

Versiculos utilizados como justificativa:

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. (Daniel 12.2)

“Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono.Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto”. (João 11.11-14)

“Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.E também os que dormiram em Cristo estão perdidos”. (1Coríntios 15.16-18)

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”. (1Tessalonicenses 4.16).


3º - Morte da alma, ou seja, ela cessaria de existir.

Versículos utilizados como justificativa:

“Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá”. (Ezequiel 18.4)

“E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo”. (Atos 3.23).


4º - Aniquilamento final - há quem pense em uma destruição final dos injustos, eles serão ressurretos para serem aniquilados (!).


REFUTAÇÃO DA DOUTRINA DO ANIQUILAMENTO


1º - Os mortos estão conscientes, no mundo dos mortos.(ver postagem anterior - O que acontece após da morte?)

Embora sua vida seja pálida e sem a mesma descrição da vida neste mundo, há esperança de grande conforto lá, sobretudo na revelação cristã.

Compare os textos e perceba o progresso da esperança no cristianismo:

“Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente”. (Salmos 22.26)

“Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá; porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais das águas”. (Isaías 49.10)

“Os mais poderosos dos fortes lhe falarão desde o meio do inferno, com os que a socorrem; desceram, jazeram com os incircuncisos mortos à espada”. (Ezequiel 32.21)

“Disse, porém, Abraão: Filho lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado”.

“Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos”.

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 16.25; 20.38 (e paralelos); 23.43).

“E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” (João11. 26).

“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”.

“Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos”. (Romanos 8.38-39; 14.8,9)

“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”.

“Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (Porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor”. (2 Coríntios 4.18; 5.6-8)

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”. (Filipenses 1.21-23)

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”. (Apocalipse 6.9-10)



2º - Moisés e Elias: “um morto” e um vivo vieram falar com Jesus.

Se a existência após a morte é nada, de onde veio Moisés?

Se não há existência além deste mundo, onde estava Elias que não morreu?

Deus teria aniquilado seu servo?

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, e transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”. (Mateus 17.1-3)


3º - As trasladações de Elias e Enoque são evidências primitivas da vida após a morte.

De fato, foi Jesus quem revelou a vida e a imortalidade - “E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho”. (2Timóteo 1.10), mas o fato destes dois homens não morrerem indicava que há vida além desta vida e que Deus tem algo muito bom reservado para os seus.

O que aconteceu com Enoque e Elias é uma primeira revelação de que há vida após a vida humana na terra.


4º -
Os mortos estão “dormindo” em relação a este mundo.

Isto não significa que eles estejam em completo aniquilamento, afinal, a metáfora do sono aplica-se ao morto no sentido que, para nós,eles parecem estar dormindo um longo sono.

Contudo, sabemos que quem dorme sonha, ouve, pensa e está consciente para si e não para nós.

Assim, a metáfora não pode ser traduzida como “não existência” nem como “não consciência”, mas como “não envolvimento nas coisas desta vida”.


5º - O livro de Eclesiastes que é sempre citado como apoio ao ensino do aniquilamento deve ser entendido como escrito do ponto de vista do que ocorre “debaixo do céu”, e não de toda a realidade espiritual possível.

No fim do livro ele afirma que “o espírito volta a Deus que o deu” (12.7) e afirma também que haverá julgamento do que foi feito: logo, deve haver retribuição, tanto recompensa como castigo.

Assim, o livro faz observações sobre o que parece acontecer, mas ao fim afirma que o que vai acontecer deve guiar nossa vida presente.


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domingo, 19 de setembro de 2010

120 - O QUE ACONTECE APÓS A MORTE ?



A palavra de Deus nos diz no evangelho de Lucas capitulo 16 do versículo 19 ao 31 que “havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.

Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele;E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.

E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.

E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado.

E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.

Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.

E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.

Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.


Na epístola aos Hebreus capitulo 9 versículo 27 é dito que “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo”.

É uma ordem, um decreto, algo que está reservado para a humanidade:

A morte aguarda o homem!

Assim sendo, é natural procurar na Bíblia a resposta para a questão:

“O que acontece após a morte?”

Mas afinal seria o relato bíblico de “O Rico e Lázaro” uma história ou uma parábola?

Desde que Jesus não usou lendas ou fábulas para ensinar, temos diante de nós uma história real (da qual Jesus tinha conhecimento devido a sua capacidade espiritual de revelação) ou uma parábola (que é o uso de uma verdade conhecida para ensinar uma verdade espiritual).

Qualquer que seja a escolha, o resultado é o mesmo.

Se for uma história real, então o quadro revela como é a vida no Além.

Se for uma parábola, ele confirmaria a veracidade e a existência de um lugar como o descrito por Jesus, onde ficam os mortos a lição da parábola seria:

Use bem suas riquezas neste mundo e/ou respeite a Escritura.

A linguagem simbólica do relato não deve nos fazer pensar que o local aqui descrito é imaginário.

Tal linguagem se explica pela necessidade de falar do mundo espiritual para pessoas de nosso mundo material.

Para nós, o texto deve ser entendido como parábola.

Está num contexto de parábolas e tem o tipo de construção que elas possuem.

Há quem faça a objeção:

“Mas parábolas não usam nomes!”.

A resposta para isto é:

Usam sim! Este é um exemplo.

A questão é:

Onde está a frase ou princípio bíblico que proíbe o uso de nomes em uma parábola?


Para compreender bem a lição fundamental da Parábola, devemos observar o contexto e a estrutura da parábola.

O contexto é o do Jesus, justificando sua aceitação dos pecadores com duas parábolas que mostram o amor de Deus pelos mesmos:

“E chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para ouvi-lo. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles.

E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?

E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?

E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.

Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. (Lc 15.1-10)


Ao mesmo tempo, numa última parábola, convida os fariseus e escribas a participarem de sua alegria de ver seus filhos voltando para casa.

Na verdade, ele convida os fariseus e escribas para que voltem para casa também:

“E disse: Um certo homem tinha dois filhos;E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence.

E ele repartiu por eles a fazenda.

E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.

E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.

E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.

E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.

E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.

Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.

E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.

E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.

Mas ele se indignou, e não queria entrar.

E saindo o pai, instava com ele.

Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.

E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se”. (Lc 15.11-32).


Ao final, num último esforço, contou a parábola do administrador infiel, que fez de tudo para ter um bom futuro:

“E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.

E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.

E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.

Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.

E, chamando a si cada um dos devedores do seu SENHOR, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?

E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinqüenta.

Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta.

E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.

E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.

Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?

E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. (Lc 16.1-13).


A recomendação de Jesus era:

Use tudo o que tem e o que é para ter um futuro eterno com Deus.

Era o que os publicanos e pecadores estavam fazendo:

Arriscando tudo na salvação que Jesus oferecia.

Era o que os fariseus e escribas deviam fazer.

Contudo, a avareza dos fariseus e escribas os impediu de ouvir o apelo de Jesus, pelo contrário, começaram a ridicularizar Jesus.

“E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele”. (Lc 16.14).

Jesus, então, passa ao ataque a ao julgamento:

Eles se achavam justos, mas não eram.

“E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”. (Lc 16.15).

A lei, que eles tanto prezavam, convidava a entrar no Reino, que estava sendo anunciado desde João, mas eles não obedeciam a lei, e Jesus cita o exemplo do divórcio para mostrar que eles não obedeciam a lei.

“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele.

E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.
Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também”. (Lc 16.16-18).


Enfim, o contexto da parábola é este:

Jesus ensina o perdão de Deus e o esforço para entrar nele, mas os fariseus e escribas só pensam em dinheiro (Há algum paralelo com o mundo moderno?).

Então Jesus vai contar a parábola do Rico e de Lázaro.

A estrutura da parábola faz ver bem as duas lições fundamentais que ela apresenta.

A parábola tem duas partes.

Assim como a parábola do chamado Filho Pródigo tem duas partes (15.11-24 – a volta do filho mais novo; e 15.25-32 – a recusa do filho mais velho), assim também esta parábola tem duas partes.

Na primeira parte, Jesus mostra a famosa “inversão”:

Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.

O primeiro, o rico, tornar-se o último, ele é condenado.

E o último neste mundo, o mendigo Lázaro, tornou-se o primeiro no mundo dos mortos:

Está reclinado à direita do patriarca Abraão, ou seja, no lugar da mais alta honra.

Na segunda parte, que contem a principal lição, o clímax é:

Tem que obedecer a Palavra de Deus!

Se não obedece a Palavra de Deus, não tem jeito.

Esta era a lição de Jesus para os fariseus e escribas, que valorizavam a riqueza e não obedeciam a Bíblia.

A desigualdade marcou a vida destes dois homens.

O primeiro era rico como um rei.

O segundo, miserável como um rato de esgoto.

O primeiro regalava-se sem prestar atenção em Deus (o abençoador) e no próximo (Lázaro)

O segundo não tinha nada para o mais simples conforto, proteção, nem mesmo subsistência.

Os cães eram semi-selvagens e estavam prontos para devorar o homem desgraçado.

Porém, só o segundo personagem desta parábola recebe nome.

Porque recebe um nome?

Muitos pensam que uma parábola não deveria usar nomes.

O fato, contudo, é que o nome deste homem, Lázaro, vem do hebraico, Eleazar, que significa: “Deus é ajudador” ou “Deus socorreu”.

O nome dele designa o seu caráter, o que ocorre com ele:

Deus socorreu e ajudou este homem.

É por isto que ele tem nome, para que entendamos que ele foi salvo pela graça e misericórdia de Deus, e não apenas por ser pobre.

Na Bíblia, a salvação é sempre pela graça e nunca pela “desgraça”.

Conforme Hebreus 9.27 ela chega a cada um de nós.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”.

Lázaro morreu e, o fato do texto não mencionar seu sepultamento, faz supor que:

Ou ele não teria sido sepultado (os cachorros, finalmente, deram cabo de seu cadáver), ou foi jogado em algum buraco (ou vala comum) sem qualquer cuidado.

Porém, do lado divino, os anjos cuidaram da alma de Lázaro.

“Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?”. (Hebreus 1.14)

Já o rico teve grandes cuidados com seu cadáver:

Foi sepultado (podemos imaginar a pompa, o luxo e a grande multidão de herdeiros interessados), porém o silêncio sobre a recepção de cuidados angélicos mostra que, no Além, ele é que não recebe cuidado nenhum.

Ambos estão no lugar chamado INFERNO, mas que seria mais bem traduzido por Além ou mundo dos mortos; é o chamado HADES.

As versões mais modernas como a NVI (Nova versão internacional), usam o termo Hades.

Apesar de algumas versões usarem a palavra “inferno”, neste texto, os dois homens não estão no chamado “inferno eterno”, pois este é descrito com outra palavra bíblica, a palavra GEENNA (que ocorre por exemplo em Marcos 9.43-48).

Um está em tormento, outro em descanso.

O lugar de descanso é chamado paraíso (Lucas 23.43) o lugar de tormento é chamado Tártaro (2Pedro 3.4 se for correto ligar este nome a este lugar, pois também é possível que o Tártaro sirva apenas para anjos).

A expressão “seio de Abraão” designa comunhão (Rute 4.16; João 1.18) e especialmente o lugar de honra no banquete da salvação (João 13.23).

Não é o nome do lugar, mas é uma forma de dizer que Lázaro estava na festa, reclinado, ao lado direito de Abraão, ou seja, no seio de Abraão (Lembre-se que, na antiguidade, ao reclinar-se em divãs, para uma refeição, quem estava reclinado à direita de alguém, estava no seio, ou seja, na altura do tórax, desta outra pessoa).

O rico ainda pensa que pode dar ordens.

Pede a Abraão que mande Lázaro fazer-lhe um favor.

O pedido de misericórdia foi feito tarde demais.

Abraão mostra que a situação não será alterada por dois motivos:

1° - Ela é resultado da atuação de ambos na vida terrestre

2º - A situação no Além é imutável (o abismo é o símbolo da intransponibilidade).

Os mortos não podem comunicar-se com os vivos.

O rico ainda só pensa em si.

Pensa em avisar os seus familiares.

Mas a bíblia é aviso suficiente.

Quando alguém não presta atenção às Escrituras, não presta atenção a um morto ressurreto (Exemplo: João 11.45-53).

Os mortos não podem interceder pelos vivos.

Embora o rico tivesse pensado nisto, ele não pode fazer nada.

Os vivos não podem interceder pelos mortos.

A situação deles é definitiva.

O grande abismo impede qualquer mudança.

A vida além da morte é certa.

“Aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo”. (Hebreus 9.27).

Não há certeza maior que esta.

Não sabemos por quanto tempo estaremos vivos, mas sabemos que há vida após a morte.

A vida além da morte é de dois tipos:

Descanso ou castigo.

A Bíblia sempre falou de dois caminhos.

O “tipo de vida” que teremos depois da morte depende de nosso “tipo de vida” neste mundo.

A Bíblia é o livro para o qual devemos dar nossa atenção.

É o único meio de não sermos condenados.

Esta é a grande lição da parábola.

Não são milagres que levam a crer, mas a palavra de Deus.

Se não obedecer a palavra de Deus, irá para o lugar de tormentos.

Viva sabiamente hoje, pois não sabemos quando vamos morrer.

O conforto nesta vida não garante conforto no além.

A parábola mostra que não adianta ficar seguro com conforto nesta vida:

As coisas podem piorar no Além

O filósofo Platão, retratando o último dia de vida de Sócrates, seu ilustre mestre, atribui a ele a descrição dos filósofos como pessoas cuja

“Única ocupação consiste em preparar-se para morrer e estar morto!” (Fédon 64a).

Tal definição dizia respeito aos interesses do filósofo e da cultura grega, mas para nós, podemos lê-la dentro da ótica bíblica e lembrar que também temos esta tarefa:

Aprender a morrer!

É certo que morreremos (se Cristo não voltar antes).

Logo, devemos estar preparados para o inevitável.

O único que dá vida e imortalidade é JESUS:

VAMOS ATÉ ELE!


Que Deus abençoe a todos


Autor: Álvaro César Pestana



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| 29/11/2008 |