domingo, 7 de novembro de 2010

127 - JESUS REINARÁ POR MIL ANOS NESTE MUNDO?



“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão.

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.

E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem.

E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.

Satanás é solto, e depois vencido para sempre.

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.

E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.

E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”


Nesta postagem iremos analizar o significado do texto bíblico de Apocalipse capítulo 20 versículo 1 ao 10 citado acima , que é um dos textos mais difíceis da Escritura.

A dificuldade, contudo, não reside no texto em si, mas sim na “sobrecarga” de doutrinas e questões que este texto é forçado (contra sua intenção e sentido originais) a responder.

Antes de verificarmos o texto é necessário entender certos princípios de interpretação do livro de Apocalipse.


O LIVRO É SIMBÓLICO


É um aspecto evidente, mas que é constantemente esquecido no estudo do livro.

Por exemplo, as descrições de Jesus em Apocalipse 1.12-20:


“E virei-me para ver quem falava comigo.

E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.

E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.

E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.

E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último;

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.

Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer; o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro.

As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.”


Em Apocalipse 5.5- 6:


“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.

E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.”



E em Apocalipse 19.11-16:


“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.

E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.

E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.

E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.

E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.

E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.”



São completamente diferentes.


Se o livro fosse literal, haveria contradição.

De fato, se o livro fosse literal, a descrição de Jesus seria a de uma monstruosidade.

Quando analizamos Apocalipse 20, devemos lembrar que o quadro é altamente simbólico.

O alvo do simbolismo do livro é impressionar: dar ânimo aos cristãos através de imagens que ultrapassam a razão, mas que dão razão à fé que eles sustentam em face da perseguição.

A mensagem do apocalipse, se escrita em prosa ou em linguagem comum não conseguiria impressionar tão bem os leitores quanto o uso de símbolos e de imagens.


O LIVRO É DE CONSOLO AOS PERSEGUIDOS


Os livros apocalípticos são escritos geralmente em épocas de opressão e de perseguição.

O propósito desta literatura é o de mostrar a vitória dos oprimidos pelo poder de Deus.

Desta forma, as pessoas que melhor entenderiam o livro de Apocalipse são os cristãos antigos.

Os símbolos e as coisas descritas no livro eram conhecidas por eles.

É por esta razão que não devemos imaginar que João escreveu somente sobre o que aconteceria em um futuro distante (Século Vinte e Um?!).

Ele escreveu sobre “as coisas que em breve devem acontecer” (Apocalipse 1.1; 22.6).


A maior parte do livro já se cumpriu.

O “milênio”, que vamos analizar, já começou.

Só faltam poucas coisas para o cumprimento final de tudo.


O LIVRO TEM UM CONTEXTO HISTÓRICO


A besta é o Império Romano e o seu imperador, especialmente DOMICIANO.

Os cristãos estão sendo perseguidos por não adorar o imperador.

O livro de Apocalipse mostra que Deus vai julgar estes inimigos do povo de Deus.

A meretriz, descrita no capítulo 17, é Roma, a cidade que governa o mundo daquele tempo.

Não podemos esquecer que os leitores originais do livro no primeiro século poderiam compreender a mensagem do livro.

A besta era um personagem do seu tempo.


CONTEXTO


Nos capítulos 12 e 13 são apresentados os três inimigos do Povo de Deus: o dragão, a besta e o falso profeta.

O dragão é o diabo.

A besta (que vem do mar) é o Império Romano liderado por seus imperadores

O falso profeta (foi chamado a besta que vem da terra) era a religião romana que ordenava a todos que adorassem a imagem dos imperadores romanos.

Nos capítulos 14 a 19, especialmente no 19, observa-se a derrota dos dois últimos inimigos: a besta e o falso profeta, que após sua derrota, foram lançados vivos no lago que arde com fogo e enxofre (19.20).

Ou seja, a primeira vitória dos cristãos será ver, já na história, o julgamento divino contra o Império e a religião falsa de culto ao imperador.

No capítulo 20 observa-se a vitória contra o dragão, o Diabo, em duas etapas: a primeira por seu aprisionamento por 1000 anos na mesma época em que a besta e o falso profeta foram derrotados; a segunda etapa, após os 1000 anos, é a sua derrota total e ele também é lançado no lago de fogo e enxofre (20.10).

Ou seja, os cristãos vencem não apenas no âmbito da história, mas também na dimensão espiritual da existência humana: na luta contra os principados e potestades (Ef 6.10-12) eles vencem o diabo, pelo poder de Jesus.

Na parte final do livro descreve-se o destino celestial dos santos (Ap 21-22).

Assim sendo, Apocalipse 20 deve ser entendido como a descrição simbólica do que aconteceu e acontecerá entre a queda da Besta (IMPÉRIO ROMANO) e a destruição do diabo (SEGUNDA VINDA DE JESUS).

Portanto, o que ocorre no chamado “milênio” é algo que ocorre dentro da nossa “Era Cristã” e não uma etapa posterior desta história.


A PRISÃO DO DIABO POR UM LONGO TEMPO (Apocalipse 20.1-3)


O texto é simbólico e trata da limitação do último inimigo do povo de Deus.

Corrente nenhuma pode prender um demônio – a linguagem é simbólica.

O diabo já estava sendo limitado pela obra de Cristo.


“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.

Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?” (Mateus12.28-29)



“Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem;

Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.” (Lucas 11.21-22.)




Esta parábola fala do fato de Jesus ser mais poderoso que o diabo e, pela expulsão dos demônios, estar vencendo o diabo.

A pregação do evangelho tem este efeito de derrota no reino de satanás.


“E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu.” (Lucas 10.18).


Portanto, podemos dizer que o diabo está com o seu poder de enganar as nações limitado por um tempo longo e indeterminado.

Os 1000 anos são simbólicos ou tudo terá de ser igualmente literal (o que seria ridículo!).

O diabo ainda tem algum poder, mas atualmente, está limitado.

Após o longo tempo da era cristã (1000 anos – simbolicamente), o diabo terá o poder que tinha antes e por pouco tempo terá o propósito de oprimir o povo de Deus.


A VITÓRIA DOS FIÉIS A DEUS (Apocalipse 20 4-6)


Os fiéis que morreram são vistos em tronos de juízes.

Eles que foram mortos pelos imperadores e pelos poderosos, agora são os juizes da besta, do falso profeta e do diabo.


“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?

Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (1Coríntios 6.2-3).



Talvez também esteja sendo feita a menção do juízo final de Deus que será apresentado depois: assim os fiéis também julgarão os incrédulos naquela ocasião.


“E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.

E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida.

E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.

E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras.

E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.

E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”
(Apocalipse 20.11-15).



Os fiéis a Deus estão vitoriosos. As características deles são:

1ª - São almas (como em Apocalipse 6.9: ” E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”) – são mortos.

Portanto, a “primeira ressurreição” é algo apenas para as almas e não para ressurretos.

2ª - Tinham sido decapitados. Só os mártires, os fiéis e vencedores do livro de Apocalipse.

3ª - Não tinham adorado a besta – nem sua imagem.

4ª - Não tinham recebido a marca da besta – certificado de adoração ao Imperador.

5ª -
Tinham vivido e reinado com Cristo por 1000 anos (esta é a primeira ressurreição).

Todos os verbos no versículo 4 estão no mesmo tempo grego, ou seja, o aoristo.

Os outros mortos que não são cristãos não participaram desta vitória, que é chamada de “a primeira ressurreição”. (Apocalipse 20.5)

O versículo 6 explica a primeira ressurreição:

Aqueles que dela participam são bem-aventurados e são santos.

Aqueles que dela participam não serão condenados na segunda morte.


“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.(Apocalipse 20.15).


“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte”.(Apocalipse 2.11).


Aqueles que dela participam são sacerdotes e estão reinando (Na verdade, o povo de Deus já reina com Cristo na terra).


“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra.

Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.”(Apocalipse 1.5-6)



“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.(Apocalipse 3.21)



“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.(Apocalipse 5.9-10).


Portanto, a primeira ressurreição é o privilégio dos mártires de estar imediatamente com Cristo após sua morte.

Eles não foram derrotados pelos perseguidores, mas são colocados em tronos, e reinam com Deus e com Cristo por todo o tempo em que o diabo fica preso e derrotado.

A primeira ressurreição é espiritual [simbólica], ou seja, as almas “não ressurretas” dos mártires reinando com Jesus.

A segunda ressurreição, que não é mencionada no Apocalipse, seria a ressurreição física [literal] de todos os homens.


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (Jo 5.28-29).



A segunda morte é espiritual [simbólica], ou seja, é o inferno eterno.

A primeira morte, que não é mencionada no Apocalipse seria a morte física [literal] pela qual passam os cristãos perseguidos e todos os homens ao deixarem esta vida.

Assim, o Apocalipse só menciona os elementos simbólicos [espirituais] e nunca os literais [físicos]:

[1ª morte] = literal não mencionada

2ª morte = simbólica mencionada

1ª ressurreição = simbólica mencionada

[2ª ressurreição] = literal não mencionada


O Apocalipse, como livro simbólico, fala de elementos simbólicos que representam a derrota dos inimigos de Deus (segunda morte) e que representam a vitória do povo de Deus, aparentemente derrotado pelo martírio (a primeira ressurreição).

Assim, quando os inimigos tentaram matar os discípulos de Jesus, somente os fizeram “ressuscitar com Cristo”, como reis, na primeira ressurreição.

Depois e terem sofrido um pouco, reinarão para sempre!

Esta é a mensagem por trás do “milênio”.

Os discípulos de Jesus são “mais que vencedores”, pois mesmo mortos, vivem e reinam!

Na igreja da época pós-apostólica, havia uma forte crença que os mártires, os que morriam pela fé, obtinham um privilégio de maior intimidade com Deus e com Cristo no além.

Por causa disto, houve muitos literalmente correndo para o martírio, desejando este privilégio.

De onde eles tiraram esta idéia de que os mártires têm algum privilégio no além?

Provavelmente de Apocalipse 20.4-6:


“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.”


Não queremos dizer que sua interpretação e aplicação da mensagem estava certa, pois ninguém deve buscar o martírio, mas estamos citando isto para mostrar que numa época muito próxima à redação deste livro, os cristãos entenderam esta promessa como algo que dizia respeito apenas aos mártires.

Note que as almas dos mortos por causa de Cristo estão em tronos celestiais, e não na terra (4).

Nada aqui se passa na terra. Não se menciona um reino na terra.

Não se fala de intervenção nos poderes políticos deste mundo.

O “milênio” é a vitória espiritual dos mártires, de âmbito espiritual, e que não tem nenhuma referência terrestre, a não ser o fato de ser posterior à queda do império romano.

Contudo, mesmo isto não pode ser tomado cronologicamente.

Em suma, a visão mostra que, apesar de mortos, o povo de Deus está vivo e vitorioso com Cristo.

NOTA: Uma outra interpretação entende que a primeira ressurreição é o BATISMO, que nos dá a vida eterna e nos livra da segunda morte.

O batismo ou a conversão é a primeira ressurreição mencionada em João 5.24-25:


“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.

Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.”


A ressurreição física dos mortos, a segunda ressurreição, é mencionada em João 5.28-29:


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.”


Assim, existe um paralelo entre Apocalipse 20.6 6: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” e João 5.24-25.



Embora esta interpretação seja interessante, não faz sentido como declaração de derrota dos perseguidores da igreja.



A DESTRUIÇÃO FINAL DO DIABO (Apocalipse 7-10)


Este texto expressa em linguagem simbólica o contínuo desejo de satã de destruir a igreja.

Revela mais seu caráter maligno e incorrigível, que justifica sua punição, do que um evento ou sinal dos tempos.

No fim, ele vai tentar novamente destruir o povo de Deus, mas não vai conseguir.

Não passará de uma tentativa. Não adianta tentar fazer disto um sinal dos tempos, pois Jesus já disse que não há mais sinais.

Tudo está pronto para a volta de Jesus.

O diabo será completamente vencido, e assim, reunido no inferno eterno com os outros dois grandes inimigos do povo de Deus: a besta e o falso profeta.


Concluindo, o texto deve ser interpretado à luz do ensino claro do Novo Testamento de que há somente uma ressurreição.


“Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.

E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.” (João 5.28-29)




“E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno”.(Hebreus 6.2)


“Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.

Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (1Tessalonicenses 4.13-18)



Até mesmo Daniel 12.2:


“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.


O texto tem paralelos com Daniel 7, que fala do estabelecimento do Reino coma derrota do quarto animal (que representa o Império Romano).


Portanto, a vitória dos mártires com Cristo (milênio) começou na época do Império Romano.

O texto tem paralelos com Apocalipse 11, onde as testemunhas “ressuscitam”da perseguição e são elevados ao céu.

É o modo simbólico de mostrar que apesar da perseguição e “quase morte”, a igreja vai ressurgir e vencer a sua perseguidora, que é Roma (Apocalipse 11.3-14, especialmente 11-12).

Estamos na época cristã: os inimigos foram vencidos e os mártires estão reinando com Cristo.

O milênio simbólico do Apocalipse é a garantia que os cristãos nunca perdem:

Se estão vivos, reinam com Cristo, se estão mortos, reinam também!



Que Deus abençoe a todos



Autor: Álvaro César Pestana



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4 comentários :

  1. Querido irmão Álvaro, muito obrigada por este maravilhoso comentário que tanto me fez "ver" coisas que antes para mim, estavam tão confusas. Sou crente a muitos anos e nunca consegui entender o livro de apocalipse. Depois que li este post, surgiram em mim muitas outras perguntas, já que consegui compreender um pouquinho esta sua maravilhosa explicação desses versiculos. Se possível gostaria de um outro post sobre: como será a volta de Jesus? Visivel ou invisível? Ainda haverá outra "marca da besta"? O Senhor Jesus vai mesmo governar o mundo lá de Israel no final do "milenio"? Tenho ouvido até estudos sobre este assunto, mas há diferenças como da água para o vinho. Assim como eu, tem centenas ou até milhares de pessoas que silenciam e até esquecem este assunto. Gostaria muito de pedir um novo post, em nome de Jesus e em nome de todos estes queridos irmãos.
    Deus te abençoe, fica na paz de Cristo.
    Eunice

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    Respostas
    1. A marca da besta sera esses chips de identificacao "mondex" pesquisem.... pesquisem sobre o projeto blue bleam tambem, marconaria e iluminates... todas as suas dividas seram esclarecidas sobre o ant cristo

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  2. Paz,
    Achei muito interessante esse estudo,mas me ocorreu um pensamento,até gostaria de um texto a respeito se for possível:

    A marca da besta seria o batismo católico no qual é feito o sinal da cruz na testa e nas mãos das crianças?
    Se for...os cristãos convertidos que foram católicos fazem parte daquele grupo que recebeu a marca
    da besta..e então como fica:
    E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a terra, e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem. Apocalipse 16:2

    E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Apocalipse 19:20

    Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Apocalipse 13:17

    E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.
    E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,
    Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.Ap.14:8-10

    Se ja estamos no milênio, o arrebatamento acontece em que momento?
    Por que se a nova Jerusalém desce do céu em Ap.21,
    quando foi que ela subiu ou subirá??

    Me desculpe se não tiver clara minha dúvida,obrigado,Deus os abençoe,fica na paz!!

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  3. Muito lindo este estudo do Apocalipse, gostei da explicação da derrota física da besta que era o império romano e seus anti Cristo, hoje chegamos a um outro tempo, tempo da esperança da volta de Jesus para julgar os vivos e os mortos e acabar de vez com o reinado de Satanás, Cristo já venceu quando ressuscitou dos mortos e hoje por ele somos mais que vencedores, diria que o diabo hoje está apenas ganhando uma batalha e que ainda existem muitas bestas,muitos impérios romanos, muitos anti Cristos,que a guerra final está sendo preparada com volta de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, onde ele derrotará definitivamente o diabo.
    Devemos ficarmos atentos e rezar para não nos desviarmos nem para esquerda e nem direita e mantermos nos caminhos de Deus
    Deus abençoe a todos, a paz de Jesus e o amor de Maria

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| 29/11/2008 |